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terça-feira, 4 de março de 2014

Governadores de Pernambuco - Nasce a República


         Quando ainda jovem era muito comum ver impresso nos veículos de comunicação locais os fascículos especiais resgatando a historiografia das gestões dos governadores, publicações que eu consumia em leitura e guardava seja para comparar as realizações ou mesmo para compreender a transição entre um governo que saia  e o que entrava. Pois bem, hoje praticamente essas publicações não existem mais, vez por outra o que temos ainda são os velhos álbum de figurinhas, costume que por sinal poucos jovens ainda cultivam, seja em decorrência do poder aquisitivo (consciência do custo e benefício) ou mesmo por vivenciarmos uma sociedade onde o postar, curtir e compartilhar é muito mais frenético do que colar figurinhas e buscar novos envelopes na banca de revista. No caso dos fascículos, por quais motivos os jornais não mais publicam os encartes retratando as realizações dos gestores que ocuparam o posto no executivo (estadual ou municipal)? Será que o leitor não tem mais interesse? O custo não cobre o benefício de bem informar a população? Ou será que os governantes atuais gastam tanto em publicidade junto a esses veículos que o encarte seria uma anti-propaganda para os atuais ocupantes dos executivos?
         As informações que repassarei agora foram publicada no Encarte especial do Jornal do Commercio (05/10/1998) - "Nossos Governadores" um dos últimos materiais históricos publicados no estado que buscou resgatar a história das administrações do Executivo estadual durante o período republicano. Acredito que, principalmente nos dias atuais ainda seja uma contribuição para que o leitor reflita um pouco mais e tome consciência das políticas adotadas em nosso estado durante cada fase da nossa  história republicana pelos principais agente públicos.  
         Ao levantarmos a história de cada gestão perceberemos que  alguns trataram o cargo ocupado como parte de seu patrimônio,  outros ocuparam o espaço apenas para atender interesses de grupos políticos, enquanto durante as duas ditaduras que vivenciamos  os gestores ora atenderam aos interesses do governo central  (1937) ou por outra acabaram por entrar em rota de colisão  e assim acabou por ser deposto (1964).
           Durante cada final de semana você deverá acompanhar  em nosso blog um pouco da história de cada governador que ocupou o Palácio do Campos das Princesas, fato que possibilitará além de (re) conhecer a historiografia política pernambucana traçar o fio condutor de personagens que mesmo não mais ocupando o poder deixaram marcas que por vez ou outra é resgatada e passada como um "bastão particular".











José Cerqueira de Aguiar Lima

José Cerqueira de Aguiar Lima foi o primeiro governador de Pernambuco após a Proclamação da República. Foi nomeado para o cargo em novembro de 1889.

José Cerqueira de Aguiar Lima (*1828 +1898) foi o primeiro governador de Pernambuco após a Proclamação da República. Foi nomeado para o cargo em novembro de 1889. Permaneceu até dezembro do mesmo ano, depois das primeiras eleições do período republicano no Estado, em que foi eleito o brigadeiro José Simeão de Oliveira.












Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti












Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti - 
1892 / 1896







































 Fonte:http://www.pe.gov.br/governo/galeria-de-governadores/jose-cerqueira-de-aguiar-lima/








Alexandre José Barbosa Lima (20/04/1892 a 07/04/1896) - Consolidando a oligarquia.


 imagem:https://www.google.com.br/search?q=foto+de+alexandre

          O governador Alexandre José Barbosa Lima foi, na verdade, um delegado do presidente Floriano Peixoto, que praticamente o  impôs juntos aos políticos pernambucanos. O Estado viveu dias tumultuados no período do governo provisório, primeira etapa da República. O Barão de Lucena governou apenas dois meses e saiu para assumir o ministério de Floriano, mas foi ele quem deu grande impulso à agroindústria açucareira. Seu vice, Correia da Silva, continuou os esforços de modernização, ao longo dos doze meses do seu governo. Seus substitutos passaram com relâmpagos pelo governo: José Maria de Albuquerque Melo, apenas três dias, e Barão de Contenda, 15 dias. Ele foi deposto por um golpe, após dissolver o legislativo e os Conselhos municipais.
       Barbosa foi eleito em abril de 1892. Homem autoritário, mas dinâmico, consolidou através  de medidas administrativas e mantendo o apoio ao setor açucareiro, a oligarquia chefiada  pelo Conselheiro Rosa e Silva. De fato,  Rosa e Silva dominou Pernambuco por 15 anos, de 1896 a 1911. Uma análise mais ampla indica que Barbosa Lima, apesar do tumulto da época e do seu autoritarismo, tinha preocupações com o progresso e desenvolvimento de Pernambuco. No seu governo a indústria, que dava os primeiros passos, foi incentivada e a preparação técnica também. A Escola Técnica de Engenharia, na atual rua do Hospício, que mais tarde formaria grandes engenheiros, técnicos e professores de renome nacional e internacional com Mário Schemberg, Leite Lopes e Newton Maia, foi organizada e fundada em 1895, já no último ano de sua administração.


Fonte: Nosso Governadores. Jornal do Commercio, 05/10/1998, p.02.

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