Infelizmente sempre teremos alguém que se julgue dono da informação e pousará como inovador; Pessoas que pensam tão pequeno que temem que o outro ao lado pense uma a mesma ideia por um viés mais aprofundado; Teremos pessoas que acreditam que ficar sentado é mais confortável do que caminhar e aprender com o outro; Encontraremos aquelas que acreditam que liderar é apenas pedir por favor e trocar um estojo de lugar; Sempre teremos quem acredite que tirar poeira é uma ação tão inferior quanto agradecer a presença do próximo; Sempre teremos aquele que pouco aprenderá pois não procura ouvir.
Que sociedade mais complexa. Enquanto tantos lutam por um cotidiano mais humano outros fazem guerras. Enquanto alguns partilham outros reservam para si. O que levaremos diante tanto egoísmo? O que ganho quando levo o outro a perder?
Certo dia ouvi uma senhora contar uma história, iniciou a conversa comentando ser comum vermos pessoas já no seu leito lamentarem o quanto estão sofrendo e abandonadas, mas, não avaliam o quanto construíram esse caminho.
Segundo a senhora, essas pessoas deveriam se perguntar: Lá no ensino Primário, o quanto ajudei o meu colega? E no Ensino médio, quantas vezes partilhei o conhecimento assimilado? Já na Universidade, será que realmente fui ético na minha postura quanto pesquisador? Saindo das bancas escolares deveria se perguntar: O trabalho que desempenhei contribui até que ponto para o sucesso do próximo? Até que ponto não me deixei envolver numa visão reducionista e limitei uma conversa a um simples gesto de cabeça? Será que a informação que detinha era tão importante que caberia apenas a mim? Mais adiante, já quase o coração parando ainda fez ainda algumas perguntas: Por que neguei aquele abraço acolhedor a quem me procurou? E a ausência de um sorriso? Deveria ter sentado, conversado mais e ter ao menos ouvido a "historia" que aquele curioso estava montando ou minha sabedoria é tanta que me tornei intocável?
Talvez você espere a resposta, mas como? As pessoas foram afastadas ao longo do tempo e o que ficou foi uma angústia que antes era vista como sucesso. A lágrima caiu aos olhos, a garganta ficou seca e aquela vontade de pedir perdão por ser tão traiçoeiro pouco fez sentido.
Morreu; ele e sua arrogância.
Naquele momento da conversa senti um vazio imenso, não por acreditar que faço exatamente o que aquele senhor fez, mas por sentir que bem próximo a mim há pessoas que ainda acreditam que sem carinho, respeito e postura ética é possível se vencer na vida.
Cícero Souza - Pesquisador
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