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sábado, 19 de outubro de 2024

Geração dos 50 anos

"Mas louco é quem me diz que não é feliz. Não é feliz."
(Ney Matogrosso - Balada de um louco)

"Portanto, o crescimento desta geração que coincidiu, que provocou, que ocasionou estas visibilidades, sem dúvidas, trouxe lições para a atual e futuras gerações..."

    Desejo começar minhas reflexões lembrando que cresci vendo Didi, Mussum, Dedé e Zacarias, um nordestino, um negro, um galã de circo e um caipirinha,  "Os Trapalhões", formando um dos maiores grupos de humor do Brasil, fazendo piadas e "críticas ao sistema"  e de alguns temas que hoje (possivelmente) jamais seriam aceitas pela sociedade como: homossexualidade ou problemas de dependência química com o álcool;
    Lembro bem que cresci vendo "Chico Anysio Show", outro nordestino,  e seus personagens negros, brancos, pai de santo, gays, etc. entrando em nossas casas, um dia por semana, pra nos trazer alegria e muitas gargalhadas; vendo Abelardo Barbosa "o Chacrinha", pernambucano de Surubim, em programa dominical em rede nacional, trajado de Palhaço querido, repetindo seu grande chavão "quem não se comunica se trumbica" e ouvindo músicas que dizia "Maria Sapatão..." e de Chico Buarque que dizia "Joga pedra na Geni...".

Você talvez nem mais recorde mas, cresci vendo a Rogéria, um travesti participando de todos os programas da família brasileira, sem qualquer tipo de problema; vendo Jorge Lafond, um negro gay, também conceituado como um grande do humor nacional; Roberta Close, um transexual ser padrão de beleza feminina e capa de revista masculina

    Cresci vendo Jô Soares (paraibano) e Faustão, dois homens gordos "zoando" suas próprias gorduras e se tornando dois dos maiores apresentadores e mais bem pagos do país. Acompanhando a programação do "Casseta e Planeta", um grupo heterogêneo que tinha negro , um branco homossexual ao que  faziam piadas serem referência de muito humor;
  Cresci vendo Ney Matogrosso, um gay (hoje octagenário e em plena atividade) com roupas ortodoxas,  ser um dos maiores cantores e voz do Brasil; Nelson Gonçalves,  um cantor outrora gago e ex-garçom, se tornar a voz romântica mais famosa deste país. Ainda lembro que cresci vendo Nelson Ned,  um cantor anão com um vozeirão e fazer tanto sucesso na música romântica;
    Como também, cresci vendo Pelé, um negro ídolo do futebol mundial e uma das figuras mais populares do mundo; vendo Silvio Santos, o maior  fenômeno da comunicação televisiva brasileira, elogiado por muitos e criticado por outros, mas, todos queriam imitá-lo, copiá-lo sempre, dono do famoso jargão musical "...agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar, do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar".
"Cresci Vendo que a melhor maneira de defender seus direitos é abertamente,  expressando-os de forma Educada e Inteligente."
  Senão, como esquecer que cresci vendo Glória Maria, uma mulher e jornalista negra do programa Fantástico ou mesmo ouvindo Cazuza, Renato Russo, Betânia, Marina e tantos outros, ídolos gays cantores, com  riquíssima letra e musicalidade;
    Você talvez nem mais recorde mas, cresci vendo a Rogéria, um travesti participando de todos os programas da família brasileira, sem qualquer tipo de problema; vendo Jorge Lafond, um negro gay, também conceituado como um grande do humor nacional; Roberta Close, um transexual ser padrão de beleza feminina e capa de revista masculina. E, como não deixar de citar  que cresci vendo Clodovil, um homossexual extremamente requintado, inteligente,  com programas pra família brasileira,  explicando que a sexualidade é um direito de cada um, e que isto não tem nada a ver com o seu valor enquanto ser humano, por isso mesmo ser amado por muitos e ainda ter virado um dos políticos mais bem votados deste país;
    ah! digo ainda que  cresci ao som até hoje, do rei Roberto Carlos e sua voz suave, desde a Jovem Guarda, dominando o celeiro de músicas românticas e encantadoras, de letras qualificadas, conquistando todas as faixas etárias desse nosso imenso país; também, vendo os grandes Festivais da Canção, com letras rigorosamente valorizadas e escolhidas, arranjos musicais de deixar o público em êxtase, algumas censuradas pelo regime, destaque pra Geraldo Vandré "Pra não dizer que falei de Flores..." e, outras memoráveis, hoje ainda perpetuadas nas vozes gigantes de Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil. Ressalte-se ainda os programas de Calouros pra candidatos a cantores, exigindo um alto nível na seleção dos aprovados; 
    Portanto, o crescimento desta Geração que coincidiu, que provocou, que ocasionou estas Visibilidades, sem dúvidas, trouxe lições para a atual e futuras gerações...
   Cresci Vendo que a melhor maneira de defender seus direitos é abertamente,  expressando-os de forma educada e inteligente; entendendo que preconceitos significam estupidez, pois toda a minha formação se deu com uma boa estrutura familiar, pessoal, religiosa e profissional, se deu com bons exemplos e modelos pra vida, bons exemplos de representantes de todas as classes, com presenças normais nos programas televisivos, onde tudo era discutido sem qualquer pudor;
    Cresci de fato entendendo e vivenciando o que era e o que é "liberdade de comunicação e expressão."
"O que deve ser notado ou ter a conotação como proibido e preconceituoso,  ou politicamente incorreto!?"
 Mas não posso e principalmente, não devo, deixar de destacar um detalhe Importante: A Ditadura Militar no comando do país, foi e é um capítulo à parte. Fugiu e foge aos conceitos e preceitos de liberdade na sociedade,  seus efeitos foram tão danosos que não cabe aqui englobá-los nesta reflexão, nesta rememoração desta Geração de Ouro.
    Assim, alguns pontos se fazem necessários ser citados pra análise,  conforme o grau de instrução e de assimilação de cada cidadã e de cada cidadão:
    O que é ou o que seria execrado hoje por esta atual geração!?     Essa dita "resistência" do politicamente correto, luta contra "rótulos" e "monstros" criados pela própria sociedade. O que deve ser notado ou ter a conotação como proibido e preconceituoso,  ou politicamente incorreto!?
 Por fim, que "Salve! os mais de cinquentanistas", autores destas VISIBILIDADES por ocasião no crescimento da sua Geração.

Para assistir:

Programa Viva o Gordo - as três aberturas

Cassino do Chacrinha -1988

Ditadura Militar no Brasil

Para assistir:


Balada de um louco (Ney Matogrosso)

Reginaldo Rossi (As raposas e as uvas)

Roberto Carlos (Jovem Guarda)

Alberto Leal

Escritor

Professor - Língua inglesa

Pós-graduado Psicopedagogia

Professor Rede Estadual de Ensino

Coordenador Biblioteca Escolar.

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