"Eu quero ao meu lado quem me entenda. Eu quero ao meu lado quem me ame como eu sou."
Eu quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança. Eu quero envelhecer sem temer minhas rugas e meus cabelos brancos; Eu quero envelhecer sem frustrações, concluir esta etapa final da minha existência. Eu quero envelhecer, sabendo ser maduro, consciente e feliz; Eu quero envelhecer sem temer a morte, embora tenha medo da despedida;
Mas, também...
Eu quero ao meu lado quem me entenda. Eu quero ao meu lado quem me ame como eu sou. Eu quero um amor para dividirmos tropeços dessa última jornada. Eu quero amar minha vida, agradecer pelos dias, meses, anos que ainda me restam;
E tem mais ainda...
Eu quero ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida. Eu quero dar um sentido ao meu viver; Eu quero fazer somente o que gosto, com a sensação de liberdade. Eu quero aproveitar esta paz merecida pra descansar e refletir; Eu quero aproveitar esta paz merecida, também, para compartilharmos experiências e conhecimentos. Eu quero acreditar que a velhice é um retorno de uma viagem, não é o fim.
"Deixem-me envelhecer, com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão."
Por outro lado, sem dúvidas...
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras. Eu não quero perder meu tempo precioso com paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem; Eu não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas. Eu não quero me envolver com relações que vão me fazer infeliz; Eu não quero ser um velho exemplar;
Portanto, em tudo por tudo...
Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças; Deixem-me envelhecer sem a obrigação de parecer jovem e ser bonito para alguém; Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice e as suas mazelas; Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento; Deixem-me envelhecer, tendo a certeza que minha luta não foi em vão, teve um sentido;
Deixem-me envelhecer, com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão.
Contextualizado e inspirado pra crônica poética pelo Profº Alberto Leal, extraído de um texto poético de Mário de Miranda Quintana, poeta, jornalista brasileiro e tradutor.
Para ouvir:
Para assistir:
Alberto Leal
Escritor
Professor - Língua inglesa
Pós-graduado Psicopedagogia
Professor Rede Estadual de Ensino
Coordenador Biblioteca Escolar.
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