Lula está livre. E agora?
Militância que acompanhou o ex-presidente do lado de fora da prisão quer atuar como uma rede descentralizada pelo país. Um dos desafios é lidar com frente antipetista que pode virar o jogo para uma direita mais moderada.
"Bolsonaro tem a popularidade em queda e um teto de vidro, causado pela investigação contra seu filho, que o impede de fazer uma crítica enfática à Corte cuja decisão colocou Lula nas ruas. Moro tem a imagem abalada pela troca de mensagens mantidas com os acusadores da Lava Jato obtidas pelo The Intercept, e publicadas por veículos parceiros, entre eles o EL PAÍS. E Guedes ainda não foi capaz de alavancar os números da economia brasileira com sua política liberal, para que o povo pudesse sentir os efeitos: a taxa de desemprego caiu, mas ainda há 12,6 milhões de pessoas sem emprego no país; a extrema pobreza está em ascensão, com 13,5 milhões de miseráveis que sobrevivem com até 145 reais por mês."
"Agora não é por Lula Livre, é para nós voltarmos e retomarmos o Governo do Brasil." Para isso, explica ele, é preciso deixar claro: "somos petistas, de esquerda e socialistas", concepções que colocam o partido no espectro antagônico de Bolsonaro —e também do centro que rejeita Lula e pretende se firmar como liberal— e o situa mais à esquerda, um campo onde o PT também perdeu a hegemonia nos últimos anos. Um discurso que mais alimenta a militância do que se calca na realidade, já que só com os votos da esquerda o PT dificilmente consegue voltar ao poder."
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/09/politica/1573337968_481157.html .

Lula discursa em São Bernardo um dia após sua prisãoN.DOCE (REUTERS)
"Se o recurso de suspeição do então juiz Moro, responsável pela sua prisão em primeira instância no caso do triplex, foi aceito pelo Supremo, teria poder para alterar seu status, avalia o jurista Marco Aurélio de Carvalho, que vê chances de o ex-presidente sair vitorioso no julgamento que pode ocorrer ainda este mês na Segunda Turma. “Ele pode se reabilitar politicamente, e todos os demais processos aos quais ele responde seriam contaminados pela suspeição de Moro”, diz ele. Nesse caso, Lula teria capacidade de regeneração política muito maior, avalia o professor Claudio Couto. “Se houver anulação do julgamento, o jogo muda totalmente de figura”."
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/09/politica/1573262549_557712.html.
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