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sábado, 22 de abril de 2023

Detalhes de um feriado

 "..os demais, em alguma medida seguiram suas trajetórias nem um pouco infames - ao contrário do que se poderia esperar  para condenados  por um crime considerado tão grave."

    Fonte: "Inconfidentes" - óleo de Antônio Porteiro. Revista da Biblioteca Nacional (História), p.23)

    Bom dia ao amigos leitores do nosso blog! Aproveitou o feriadão?
    Hoje vamos entender um mais sobre a simbologia do feriado de 21 de abril, o personagem "Tiradentes" e principalmente as ideais que norteavam o Brasil-colonial do século XVIII. 
    Além do que aprendemos durante nosso tempo escolar é importante hoje ampliarmos esse "saber" com novas informações a partir de filmes e literaturas. Também, a partir da temática proposta podemos entender melhor o nosso Brasil atual quanto a questão carga tributária e também combate a corrupção. Porém, acredito que o que ainda mais chame a sua atenção é a questão da "real" imagem que teria o Joaquim da Silva Xavier. Ele foi um "mártir" de um movimento (inconfidentes), foi um elemento pobre e "iludido" por outros intelectuais ou foi mais um que participou de um evento visando proveitos para si?
    Leia as informações anotadas logo abaixo, analise os dados, assista os vídeos propostos e tome suas conclusões.

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Fortunas preservadas:

"Apesar de debelado a Inconfidência Mineira, a Coroa lucrou pouco com o confisco dos bens insurgentes."

"Nessa época, o Brasil era regido por um conjunto de leis sancionadas por Felipe I em 1595 que só começaram a valer a partir de 1603. De acordo com elas, todos os bens pertencentes a uma pessoa que fosse presa por se rebelar conta a Coroa seria confiscado."

"Foi por meio desses confiscos que se ficou sabendo que  o mártir da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não era um homem de poucas posses com se diz. Na verdade, era muito mais abastado, pois possuía vários sítios, várias cabeças de gado sesmarias e escravos Mas, no início do conflito do processo do confisco, todo esse patrimônio passou para as mãos de Jerônimo da Silva Ferreira." 

(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.19)

"O caso mais curioso ocorreu com o jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Condenado ao degredo em Moçambique, ele recebeu tratamento especial assim que chegou: ficou hospedado na cada do Ouvidor José da Costa Dias de Barros e foi nomeado Promotor do  Juizo de  Defuntos e Ausentes..." 

(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.24)

"A trajetória desses de outros personagens prova que o degredo não foi drástico para todos os inconfidentes, como se conta nos livros, Para alguns, ele foi o estopim para uma retomada em suas vidas."

(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.25)

Balanço dos recursos de alguns inconfidentes:

Joaquim da Silva Xavier - Alferes (142 bens apreendidos; 807$821 réis era o valor estimado de todo patrimônio; 322$717 réis foi o valor apreendido pelos cofres públicos).

Cláudio Manuel da Costa - Advogado e poeta (844 bens apreendidos; 10:115$540 réis era o valor estimado do patrimônio; 630$387 réis foi o valor apreendido pelo governo)

José Rezende da Costa - Coronel (419 bens apreendidos; 7:437$823 reis foi o valor estimado do patrimônio; nos autos do processo não apresenta o valor destinado aos cofres da Coroa)

José da S. e Oliveira Rolim - Padre (72 bens apreendidos; 5:470$124 réis; 145$065 réis valor destinado aos cofres da Coroa)

José Aires Gomes - Coronel (1.976 bens apreendidos; 65:066$236 réis era o valor estimado do patrimônio; 7:964$743 réis valor destinado aos cofres da Coroa). 

(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.26/27)

"Todo processo transcorreu entre os anos de 1789 e 1792, quando o destino dos inconfidentes foi selado. Dos condenados, só  o Alferes Joaquim da Silva Xavier foi morto. os demais, em alguma medida seguiram suas trajetórias nem um pouco infames - ao contrário do que se poderia esperar  para condenados  por um crime considerado tão grave. Além disso, seus bens, em grande parte ficaram bem longe dos cofres de Portugal."

 (Revista da Biblioteca Nacional (História), p.26)

Fonte: Auto da devassa (capa) - acervo do pesquisador.

Fonte: Auto da devassa (pós-capa) - acervo do pesquisador.

Fontes consultadas:

Para leitura:

1- Wheling, Arno & Maria José. Formação do Brasil colonialEditora Nova Fronteira, p.187 a 218 - Economia colonial. 1994.

2- Governo de Minas Gerais. Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. 1976. Imprensa Oficial, 426p.

3- Hipólita de Melo: A única mulher na Inconfidência mineira

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-hipolita-de-melo-inconfidencia-mineira.phtml

4- Revista da Biblioteca Nacional (História). Abril 2011, nº67,  pg. 18 a 31. Ano VI.  

5- Simões, Ronaldo. Hipólita: a mulher inconfidente. Editora Armazém das Artes.

Para assistir:

1- Os inconfidentes - 1792 (Filme)

https://www.youtube.com/watch?v=wDgP-79urOk

2- Documentário: Inconfidência mineira. 

                                          https://www.youtube.com/watch?v=acKkQr-_mRo

3- Tiradentes: A inconfidência mineira e as mulheres


4- Hipólita Jacinta Teixeira - Inconfidência Mineira 
                                           https://www.youtube.com/watch?v=aCXjeJTCplY

Cícero Souza
Pesquisador e professor (Governo do Estado de Pernambuco - SEE).
Mestre Ciência da Educação (Universidade Lusófona Humanidades Tecnologia - ULHT- Lisboa / Portugal)

Doutorando Ciência da Educação (Universidade Nacional de Rosario - UNR/ Argentina).


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