"..os demais, em alguma medida seguiram suas trajetórias nem um pouco infames - ao contrário do que se poderia esperar para condenados por um crime considerado tão grave."
Fonte: "Inconfidentes" - óleo de Antônio Porteiro. Revista da Biblioteca Nacional (História), p.23)----------------
Fortunas preservadas:
"Apesar de debelado a Inconfidência Mineira, a Coroa lucrou pouco com o confisco dos bens insurgentes."
"Nessa época, o Brasil era regido por um conjunto de leis sancionadas por Felipe I em 1595 que só começaram a valer a partir de 1603. De acordo com elas, todos os bens pertencentes a uma pessoa que fosse presa por se rebelar conta a Coroa seria confiscado."
"Foi por meio desses confiscos que se ficou sabendo que o mártir da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não era um homem de poucas posses com se diz. Na verdade, era muito mais abastado, pois possuía vários sítios, várias cabeças de gado sesmarias e escravos Mas, no início do conflito do processo do confisco, todo esse patrimônio passou para as mãos de Jerônimo da Silva Ferreira."
(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.19)
"O caso mais curioso ocorreu com o jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Condenado ao degredo em Moçambique, ele recebeu tratamento especial assim que chegou: ficou hospedado na cada do Ouvidor José da Costa Dias de Barros e foi nomeado Promotor do Juizo de Defuntos e Ausentes..."
(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.24)
"A trajetória desses de outros personagens prova que o degredo não foi drástico para todos os inconfidentes, como se conta nos livros, Para alguns, ele foi o estopim para uma retomada em suas vidas."
(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.25)
Balanço dos recursos de alguns inconfidentes:
Joaquim da Silva Xavier - Alferes (142 bens apreendidos; 807$821 réis era o valor estimado de todo patrimônio; 322$717 réis foi o valor apreendido pelos cofres públicos).
Cláudio Manuel da Costa - Advogado e poeta (844 bens apreendidos; 10:115$540 réis era o valor estimado do patrimônio; 630$387 réis foi o valor apreendido pelo governo)
José Rezende da Costa - Coronel (419 bens apreendidos; 7:437$823 reis foi o valor estimado do patrimônio; nos autos do processo não apresenta o valor destinado aos cofres da Coroa)
José da S. e Oliveira Rolim - Padre (72 bens apreendidos; 5:470$124 réis; 145$065 réis valor destinado aos cofres da Coroa)
José Aires Gomes - Coronel (1.976 bens apreendidos; 65:066$236 réis era o valor estimado do patrimônio; 7:964$743 réis valor destinado aos cofres da Coroa).
(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.26/27)
"Todo processo transcorreu entre os anos de 1789 e 1792, quando o destino dos inconfidentes foi selado. Dos condenados, só o Alferes Joaquim da Silva Xavier foi morto. os demais, em alguma medida seguiram suas trajetórias nem um pouco infames - ao contrário do que se poderia esperar para condenados por um crime considerado tão grave. Além disso, seus bens, em grande parte ficaram bem longe dos cofres de Portugal."
(Revista da Biblioteca Nacional (História), p.26)
Fontes consultadas:
Para leitura:
1- Wheling, Arno & Maria José. Formação do Brasil colonial. Editora Nova Fronteira, p.187 a 218 - Economia colonial. 1994.
2- Governo de Minas Gerais. Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. 1976. Imprensa Oficial, 426p.
3- Hipólita de Melo: A única mulher na Inconfidência mineira
4- Revista da Biblioteca Nacional (História). Abril 2011, nº67, pg. 18 a 31. Ano VI.
5- Simões, Ronaldo. Hipólita: a mulher inconfidente. Editora Armazém das Artes.
Para assistir:
1- Os inconfidentes - 1792 (Filme)
https://www.youtube.com/watch?v=wDgP-79urOk
2- Documentário: Inconfidência mineira.
https://www.youtube.com/watch?v=acKkQr-_mRo


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