Mas, dos vários profissionais que atuam nos serviços essenciais temos os que trabalham no transporte público numa quase que total desproteção pois, além de estarem em contato direto com a população usuária de coletivos aqueles também enfrentam outros tantos descasos que poderíamos iniciar listando: por estarem em veículos sem praticamente qualquer higiene seja para o usuário de transporte público ou mesmo aqueles condutores que passam muitas vezes 12h de trabalho e refém de uma cidade que muitas vezes chega a exalar além de odores um calor de até 38 graus.
É muito estranho como tudo está sendo "desmontado" ao que era realizado em passado bem recente (até anos 1950) quando havia uma cidade em crescimento e as empresas dinamizavam seu trabalho contratando cobradores como uma maneira de ter um serviço mais seguro e de mais qualidade (rentável também). Porém, em nome da tecnologia máquinas de leitura de cartão foram instaladas, prometeram (e até iniciaram) ar-condicionado nos ônibus mas ficou tudo na mera promessa como justificava ao aumento constante das passagens. Hoje, os veículos oferecidos (parte das linhas) são sujos, mal conservados e para agravar temos motoristas estressados e "obrigado" a desempenhar várias funções para assim viver longe da sombra do desemprego e alguns para garantir quem sabe um acréscimo a mais no salário no valor de R$-300,00, continuando porém com a obrigação de arcar com total prejuízo em caso de assalto que venha a sofrer no veículo ou dano material ao ônibus.
Muito triste o que estamos vivenciando e legitimando de alguma maneira. Qual o papel dos poderes públicos? A Justiça do Trabalho legitima a situação? O Consórcio Grande Recife acompanha e zela pelo bem do serviço prestado a população? E a classe desses trabalhadores, seus familiares e a população em geral o que pensam?
Cícero Souza - Professor e Historiador.
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