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sábado, 1 de julho de 2017

Lima Barreto permanece atual.

Lima Barreto permanece atual.

Lima Barreto, uma voz que nasceu negra na literatura - Em biografia de Lilia Schwarcz, escritor discute o racismo no Brasil recém saído da escravidão.  http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/23/cultura/1498244164_829345.html



      Lendo a matéria  destacada no link acima chama atenção percebermos que no dia-dia uma parcela significativa da população busca negar existência de um racismo no cotidiano social. Mais assustador ainda quando essa negação parte de jovens estudantes, sejam, aqueles do Ensino médio ou mesmo no seio dos mais variados cursos universitários. Será que os propagadores de uma "democracia racial" não acompanham os dados divulgados pelo pelos gestores públicos no tocante ao acesso ao emprego (ou ocupação de cargos de gestão), acesso ao ensino superior, assassinatos (vitimados por bala perdida), negação de atendimento médico ou mesmo o contingente nos presídios?                 
      Buscando o respaldo na História, a postura do escritor Lima Barreto (século XIX), apesar de quase solitário, foi bastante importante para levantar uma questão que naquele período era mesmo um verdadeiro tabu, o que confirma o pensamento da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz que afirma: " Se no começo do século XX, o determinismo racial – que dizia que populações mestiças e negras eram biologicamente mais fracas – estava em voga, Lima aparecia como uma voz dissonante, combativa." Ativismo que, teve como resposta o tardio reconhecimento de toda sua produção e potencial literário. Sua morte é registrada quase como  as de milhares de indigentes de uma sociedade que mesmo com abolição legal da escravidão "carregava dentro de si os grilhões e o pelourinho" tão fisicamente presente nas principais vias públicas nas principais cidades.                
      Sobre o último calvário do escritor Lima Barreto, Lilia Moritz Schwarcz destaca:  "em 1919, quando foi internado pela segunda vez no Hospício Nacional, Lima já era descrito como alguém andrajoso, com os sapatos trocados, transpirando muito, com inchaços no rosto e olhos “sampaku” – quando há um branco abaixo da íris, característica comum ao alcoolismo. Três anos depois morreu deitado em sua cama, enquanto lia uma revista francesa.
     É realmente lamentável que em pleno século XXI continuemos a lutar por um espaço do qual temos todos os méritos e direitos. Como também, mais lamentável termos que diariamente desconstruir um discurso de séculos passados, porém, numa roupagem bastante atual.



Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/23/cultura/1498244164_829345.html





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