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sábado, 29 de março de 2025

1964: Golpe ou Revolução?

 "Elas reclamam os seus filhos. Na verdade, elas reclamam o que foram ensinados a vida toda que era cuidar dos filhos. E, se ela tem que cuidar do filho ela tem que cuidar do corpo."

(Dra. Maria das Graças Ataíde de Almeida - 2015)

 

 Fonte: Revista Cruzeiro, 25/04/1964 (Ruas do Recife) - acervo particular


"O golpe de Estado no Brasil em 1964 foi a deposição do então presidente brasileiro, democraticamente eleito, João Goulart. O ato ilegal marcou o início da ditadura militar no país — que se estendeu por 21 anos. De caráter autoritário e nacionalista, o sistema impunha censura sobre a produção cultural e intelectual do país. O Congresso Nacional também foi fechado."

(Correio Braziliense - 31/03/2023)


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1964

Na semana que antecede o golpe, o cenário político brasileiro é tenso. 

Acontece a ‘Revolta dos Marinheiros’, no Rio, liderada pelo cabo Anselmo, que exaltou as “reformas de base contra a miséria dos explorados do campo, da cidade, dos navios e dos quartéis”. Jango apoia os revoltosos e agrava a crise com os militares, que já planejam a esta altura a tomada do poder.


Os principais personagens


João Goulart
Vice de Jânio Quadros, João Goulart foi impedido por ministros militares de tomar posse após a renúncia do presidente, em 1961. Assumiu o cargo em regime parlamentarista. No campo econômico, seu governo foi marcado por um projeto anti-inflacionário e desenvolvimentista, o Plano Trienal. No campo político, por uma aproximação com a esquerda. Em março de 1964, foi deposto por militares. Morreu 12 anos depois, no exílio, na Argentina. Em 2013, o corpo de Jango foi exumado para verificar as causas da morte. A família e o governo federal suspeitam que ele tenha sido envenenado por forças ligadas ao regime militar.

Humberto de Alencar Castello Branco

Militar, cearense de Fortaleza foi chefe do Estado-Maior do Exército de 1963 a 1964. Assumiu a Presidência em 1964 e ficou até 1967. Seu governo foi marcado pelo uso da violência e pela censura. Nele foi criado o Serviço Nacional de Informações, e os poderes do Executivo foram ampliados por meio de atos institucionais.

Lyndon Johnson

Vice-presidente de John F. Kennedy, assumiu a Presidência dos EUA em 1963, quando Kennedy foi assassinado. Em 1964, ele foi eleito presidente. Em 20 de março daquele ano, autorizou a formação de uma força naval para intervir na crise brasileira. Era a Operação Brother Sam, como ficou conhecida, que pretendia fazer uma esquadra chegar a Santos (SP) para abastecer os revoltosos de armas e combustível. Os EUA foram grandes aliados dos militares na instalação do golpe.

Carlos Lacerda

Jornalista e governador do antigo Estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro), Lacerda fez intensa campanha anticomunista nos jornais no período que antecedeu o golpe. Logo depois, apoiou a candidatura de Castello Branco à Presidência. Chegou a viajar para a Europa para divulgar os objetivos do novo regime, mas se afastou quando percebeu estar sendo excluído das principais decisões políticas. Desligou-se definitivamente do regime após a suspensão das eleições diretas em 1965.

 








membros padrões compatíveis com a sua alta dignidade”

José Anselmo dos Santos -  ‘cabo Anselmo’

Liderou a Revolta dos Marinheiros, em março de 1964, colocando-se em defesa de dirigentes sindicais que seriam presos e a favor das reformas de base. Após o golpe, aproximou-se de grupos de oposição ao regime, tendo atuado como agente duplo da ditadura.

A cronologia dos fatos


23.jan.1964

Em cerimônia realizada no Palácio das Laranjeiras (no Rio), o presidente João Goulart, mais os três ministros militares, assinam convênio com a Supra (Superintendência de Reforma Agrária), tendo em vista as desapropriações de terras.

17.fev.1964
Folha publica que o presidente João Goulart aassinou decreto criando o consulado em Assunção. O Brasil havia acabado de iniciar entendimentos com o Paraguai para o aproveitamento hidrelétrico de Sete Quedas –o projeto resultaria na usina de Itaipu, inaugurada em 1984.
19.fev.1964
Em pronunciamento à nação no programa “A Voz do Brasil”, da Agência Nacional, o presidente João Goulart nuncia que está em fase final a negociação para reescalonar a dívida brasileira. Afirma também que a Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito) havia adotado a primeira de uma série de medidas para sanear as finanças internas e assegurar o desenvolvimento. 
20.fev.1964
O embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon, declara que a regulamentação de remessa de lucros atingirá centenas de firmas norte-americanas.

20.fev.1964
Em nota à imprensa, o embaixador Lincoln Gordoncomenta o pronunciamento de João Goulart. Diz que “o governo dos EUA é favorável à iniciativa brasileira de realizar negociações multilaterais com credores sobre questões de dívidas externas e se acha pronto a colaborar”.
O presidente João Goulart participa, na Vila Militar, da cerimônia em memória dos soldados brasileiros mortos na 2ª Guerra Mundial. Em seu discurso, Jango participa, na Vila Militar, da cerimônia em memória dos soldados brasileiros mortos na 2ª Guerra Mundial. Afirma que “o Exército tem a tradição de ter estado em toda a sua vida e em toda a sua história ao lado dos sentimentos legítimos e das aspirações mais sentidas do seu país e do povo brasileiro”.

15.mar.1964

Jango encaminha mensagem ao Congresso, na qual sugere uma reforma constitucional ampla, com reforma agrária e universitária, com todos os alistáveis elegíveis (inclusive os analfabetos) e com um plebiscito para apurar a vontade nacional sobre as reformas de base, além do pedido para que o Executivo possa legislar, através de delegação feita pelo Congresso.

19.mar.1964

O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, acusa Jango de não querer a realização das eleições de 1965 para perpetuar-se no poder com o apoio dos comunistas.

Meio milhão de pessoas vão às ruas na “Marcha da Família com Deus, pela Liberdade” da praça da República até a Sé, em São Paulo. Movimento é considerado até então a maior manifestação popular já vista no Estado de SP. A marcha tem contornos políticos, com pessoas pedindo a preservação da Constituição, a manutenção do regime democrático e o impeachment de Jango.

30.mar.1964

Em nota oficial, o ministro Paulo Mário da Cunha Rodrigues diz que reexaminará todos os acontecimentos que resultaram na atual crise, com a abertura de três inquéritos.

O senador Juscelino Kubitschek, em entrevista a jornalistas em Belo Horizonte (MG), ressalta a atuação de Jango na crise na Marinha e afirma não haver “possibilidade de golpe”.

Jango discursa no Automóvel Clube, no Rio, para suboficias e sargentos sobre a necessidade de reformas de base (sobretudo agrária, tributária e eleitoral)


Para ler:

Arena conta: Teatro e resistência no Brasil (1964/1970). SESC.

GUERRA, Cláudio. Memórias de uma guerra suja. 2012.

CONY, Carlos Heitor. O ato e o fato: O som e a fúria das crônicas contra o golpe de 1964.

ROZOWYKWIAT, Joana. Subversivos: 50 anos após o golpe. 2016.

SKIDMORE,Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. 1982

_________________.Brasil de Castelo a Tancredo. 1988.

O novo humor do Pasquim. 1977.

Médici, Emílio Garrastazu. O jôgo da verdade.1970.

Coelho, Fernando. Direita volver: o golpe de 1964 em Pernambuco. 2004.

 Contagem regressiva para o golpe - acessos: 31/03/2023.
Brasil nunca mais. 1986

Para assistir:
Chefe do Arquivo DOPS fala sobre a Comissão da Verdade

Minicurso: Possibilidades da Análise do Discurso

DOPS em Pernambuco: Marcília Gama


Coronel Brilhante Ustra dá depoimento a Comissão Nacional da Verdade.

Chumbo quente - Série sobre a Ditadura militar no Brasil (Observatório da Imprensa)

O dia que durou 21 anos. (Documentário completo)
 
Cidadão Boilesen - um dos empresários que financiou a tortura no Brasil



Filme: Os militares da Democracia - os militares que disseram não.

Relatos pertubadores de torturadores e torturados na ditadura militar



Cícero Souza

Pesquisador 
Professor
Gestor Escolar (Governo do Estado de Pernambuco - SEE)
Universidad Nacional de Rosario - UNR/ AR)
Mestre Ciências da Educação (Lisboa/PT)
Doutor Ciências da Educação (Universidad Desarrollo Sustentable - UDS / Assunção - PAR)


domingo, 23 de março de 2025

Bullying: Como parar?

 

"Não há um momento em Adolescência, a série inglesa em quatro episódios que a Netflix colocou no ar no último dia 13 de março, que não seja perturbador."


    Ele é mais que pertubador! Machuca, muitas vezes é silencioso e quando vem é destruidor. Assim, hoje compartilho uma bela matéria publicada no Jornal Correio Braziliense (autoria da jornalista Nahima Maciel) em que levanta uma importante questão quanto a uma necessidade de se debater e por um ponto final a prática do bullying (principalmente no espaço escolar). Afinal, como anda o seu filho (a), sobrinhos, netos ou mesmo pessoas do seu ambiente de trabalho quando o tema a BULLYING? 

    Portanto, você precisa ler os fragmentos  da matéria abaixo, acessar ("Adolescência trata de bullying nas redes sociais e violência"), publicada no portal do Jornal Correio Braziliense. Veja e compartilhe também as indicações de vídeos abaixo para ampliar conhecimentos.

Boa leitura!

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'Adolescência' trata de bullying, redes sociais e violência

Adolescência, série da Netflix com 24,3 milhões de visualizações, trata de bullying, redes sociais e violência num dos períodos mais frágeis da formação humana



    Não há um momento em Adolescência, a série inglesa em quatro episódios que a Netflix colocou no ar no último dia 13 de março, que não seja perturbador. Desde as primeiras cenas, quando uma abordagem impecável da polícia leva de casa o menino Jamie, de 13 anos, sob o olhar atônito e apavorado dos pais e da irmã, até a conversa final do casal sobre o que não viram nem escutaram enquanto o menino mergulhava nas profundezas das redes sociais, Adolescência é um soco no estômago. A série fez tanto sucesso que, em menos de uma semana no ar, teve 24,3 milhões de visualizações, um número considerável para o streaming. É sobre bullying, sobre exposição, sobre vingança e sobre pertencimento, mas também sobre educação, comunicação e como administrar a frustração e as emoções.

"É preciso que um colega da própria escola se disponha a decifrar os corações e sucessões de emojis aparentemente inofensivos que aparecem na conta do Instagram do menino para se desenhar algum caminho que leve ao entendimento do crime."

    Jamie não vem de uma família disfuncional. Filho de pais que trabalham muito para colocar conforto e segurança dentro de casa, expoentes da classe operária bem sucedida, ele parece, como diz o pai repetidas vezes, um "bom menino". Preso sob suspeita de assassinar uma colega da escola, ele é também uma vítima de bullying expresso sob a forma de códigos que nenhum adulto, nem os pais, nem os professores e educadores e muito menos o investigador do caso conseguem alcançar. É preciso que um colega da própria escola se disponha a decifrar os corações e sucessões de emojis aparentemente inofensivos que aparecem na conta do Instagram do menino para se desenhar algum caminho que leve ao entendimento do crime.

"A questão não é se o menino cometeu ou não o assassinato — isso é resolvido logo no início —, mas de onde veio a motivação."

    O bullying, ele lembra, sempre foi praticado nas escolas, por todas as gerações, mas com as redes sociais, toma outra dimensão. "Tik Tok, Instagram, Whatsapp, essas redes causam impacto muito grande. É pesado. Se nós adultos não soubermos, de alguma maneira, trabalhar as redes sociais, vamos perder uma porcentagem grande de jovens para o obscurantismo. Vão se tornar pessoas sem empatia, sem consideração com o próximo. Isso é o que as redes sociais têm apontado", lamenta. 
    "Muitas escolas pensam que é só punir, dar suspensão, advertência e, quando você vai estudar sobre o assunto, não é nada disso. Isso não funciona para mudança de comportamento. O que funciona é a prevenção.

Para ouvir:
Bullying não! (Teleco e Teco)

Brincadeira de criança (Molejo)

Piui abacaxi (Mulekada 

Super fantástico (Balão Mágico)

Para assistir:

          Adolescência


Bullying na escola
Bullying no trabalho

Cyberbullying: Desafios reais nos meios virtuais

Bullying em casa

Eu não quero voltar sozinho (Filme)


Cícero Souza

Pesquisador 
Professor
Gestor Escolar (Governo do Estado de Pernambuco - SEE)
Universidad Nacional de Rosario - UNR/ AR)
Mestre Ciências da Educação (Lisboa/PT)
Doutor Ciências da Educação (Universidad Desarrollo Sustentable - UDS / Assunção - PAR)

domingo, 16 de março de 2025

Com que frequência devemos fazer cocô?

 ".. fazer cocô em dias alternados até duas vezes por dia, provavelmente, é uma janela melhor para uma vida.." (Correio Braziliense)

    Nos últimos dias você assistiu a final do campeonato pernambucano e viu o seu time perder gols absurdos. Então, qual expressão você dirigiu aos jogadores? E quando alguém no trabalho faz algo e acabou estragando todo um planejamento? E, quando você sabe que aquilo que seus colegas pretendem fazer na sala de aula vai dá errado? Você diz para tudo isso que: "vai dá em...? 

    Bem, hoje compartilho uma bela matéria publicada no Jornal Correio Braziliense em que levanta uma importante questão quanto a uma necessidade vital. Afinal, como anda o seu organismo? Assim, leia os fragmentos  da matéria abaixo, acessem (Com que frequência devemos fazer cocô? ) publicada no portal do Jornal Correio Braziliense. Veja e compartilhe também as indicações de vídeos abaixo para ampliar conhecimentos.

Boa leitura!

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Com que frequência devemos fazer cocô?

    Você é do tipo de pessoa que faz três vezes por dia ou só ocupa o vaso sanitário em ocasiões raras e especiais? O que a sua frequência de evacuação pode revelar sobre a sua saúde? Bem, sente-se, relaxe e aprenda sobre a ciência do cocô. O número de vezes em que fazemos o número 2 pode variar de pessoa para pessoa. Sempre que nos alimentamos, o intestino grosso se contrai e impulsiona os alimentos ao longo do trato digestivo. Este "reflexo gastrocólico" automático resulta na liberação de hormônios que criam a vontade de evacuar.

"Concluímos que as pessoas com tempo de trânsito mais longo tendem a apresentar mais bactérias intestinais 'ruins', ou seja, bactérias que já foram relacionadas à redução da saúde cardíaca e metabólica" (Correio Braziliense) 

    Convencionou-se afirmar que evacuar uma vez por dia é um sinal de boa saúde intestinal. Mas, no passado, não sabíamos o que constitui esse "normal", em relação aos movimentos intestinais. Um estudo chegou a indicar que uma ação intestinal a cada poucas semanas ou meses até 24 vezes por dia poderia ser considerada normal. Mas, graças ao trabalho pioneiro de cientistas como o consultor médico Ken Heaton, da Enfermaria Real de Bristol, no Reino Unido, hoje conhecemos melhor este tema.

    No final dos anos 1980, Keaton e seus colegas pesquisaram moradores do leste de Bristol, fazendo a eles a impertinente pergunta: com que frequência você faz cocô? Os resultados revelaram uma enorme variação dos movimentos intestinais. O hábito mais comum encontrado foi de uma vez por dia, mas apenas 40% dos homens e 33% das mulheres seguiam esta prática. Alguns iam ao banheiro menos de uma vez por semana, outros três vezes por dia.

A 'zona Cachinhos Dourados'

    O NHS britânico e outros serviços de saúde indicam que é considerado normal ter movimentos intestinais entre três vezes por dia e três vezes por semana. Mas "normal" e "saudável" não são necessariamente a mesma coisa. Os cientistas podem ter resolvido o mistério de qual é a nossa frequência habitual, mas não responderam à questão de quantas vezes deveríamos ir ao banheiro.

  Os participantes do estudo que não evacuavam com frequência também apresentaram probabilidade 2,42 e 2,27 vezes maior de morrer de câncer e de doenças cardiovasculares, respectivamente. Determinar o que é uma boa quantidade de fezes é uma das preocupações do microbiólogo Sean Gibbons, do Instituto de Biologia de Sistemas, em Seattle, nos Estados Unidos.

"No nosso estudo, as pessoas da zona Cachinhos Dourados comem mais frutas, legumes e verduras, são mais hidratadas e praticam mais atividades físicas."

    Em 2024, Gibbons liderou um estudo que classificou 1,4 mil adultos saudáveis em quatro grupos, com base nos seus hábitos no toalete: prisão de ventre (um a dois movimentos intestinais por semana), baixo-normal (três a seis vezes por semana); alto-normal (um a três movimentos intestinais por dia); e diarreia. Os pesquisadores procuraram encontrar alguma associação entre a frequência de evacuação e o microbioma intestinal de cada pessoa.

    "É difícil afirmar com certeza, pois não temos dados causais para saber se essas pessoas ficaram doentes posteriormente, mas parece que, com base nas nossas observações, fazer cocô em dias alternados até duas vezes por dia, provavelmente, é uma janela melhor para uma vida.

    "Concluímos que as pessoas com tempo de trânsito mais longo tendem a apresentar mais bactérias intestinais 'ruins', ou seja, bactérias que já foram relacionadas à redução da saúde cardíaca e metabólica", segundo a cientista Emily Leeming, do King's College de Londres, que estuda o microbioma.

O que o seu cocô diz sobre você

    Mais do que o número de movimentos intestinais por semana, que pode variar de pessoa para pessoa, Emily Leeming afirma que o mais importante é procurar qualquer mudança sem explicação dos seus hábitos intestinais. Ela também destaca que é uma boa ideia acompanhar seus hábitos regulares de evacuação, para saber o que é normal para você.

    Por fim, se você quiser passar a ser mais "regular", você pode adotar três medidas simples, segundo Sean Gibbons. 

    "No nosso estudo, as pessoas da zona Cachinhos Dourados comem mais frutas, legumes e verduras, são mais hidratadas e praticam mais atividades físicas."

Para ouvir:

Cagar é bom (Língua de Trapo)

Merda (Chico Buarque e Caetano Veloso)

Merda
Comeu merda?

Cícero Souza

Pesquisador 
Professor
Gestor Escolar (Governo do Estado de Pernambuco - SEE)
Universidad Nacional de Rosario - UNR/ AR)
Mestre Ciências da Educação (Lisboa/PT)
Doutor Ciências da Educação (Universidad Desarrollo Sustentable - UDS / Assunção - PAR)

sábado, 8 de março de 2025

Mulheres sacrificam autocuidado para crescer na carreira, revela pesquisa

     "metade das mulheres entrevistadas renunciou ao tempo com a família, enquanto um terço deixou de lado a vida social e o lazer. A maternidade e o desejo de ter filhos foram sacrificados por 24% das participantes.."

    Bem, hoje retomamos um importante tema publicado no Jornal Correio Braziliense em que destaca a relação cotidiano das mulheres e saúde no mercado de trabalho. A matéria abre espaço para reflexão quanto a situação e desafios para construção de suas carreiras profissionais sem que tenham que abrir mão de cuidar da família ou mesmo  sua própria saúde. O mês de março marca o Dia Internacional da Mulher mas. Assim, é importante que possamos estar atentas (os) para os danos a saúde mental e física de milhares de mulheres que enfrentam situações de desrespeitos no dia-dia seja em empresas, no comércio, escolas ou mesmo durante a prestação de serviços domésticos em residências.

    Assim, leiam os fragmentos abaixo, acessem   (Mulheres sacrificam autocuidado para crescer na carreira, revela pesquisa publicada no portal do Jornal Correio Braziliense. Veja e compartilhe também as indicações de leitura e vídeos abaixo para ampliar conhecimentos.

Boa leitura!

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"Entre as mães, 65% abriram mão de momentos em família para priorizar a carreira. Já entre aquelas que não têm filhos, a saúde mental foi o aspecto mais afetado (61%), além dos relacionamentos afetivos (20%)."

    Para crescer profissionalmente, a maioria das mulheres ainda precisa abrir mão de aspectos essenciais da vida pessoal. Um levantamento inédito da Todas Group e da Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados revela que 71% das mulheres em cargos de liderança sacrificam o autocuidado e a saúde física em prol da carreira. Além disso, 52% das entrevistadas admitem negligenciar a saúde mental para buscar crescimento no trabalho. 

    O estudo, intitulado “Mulheres nas empresas: o que querem da carreira e da vida pessoal”, também destaca que metade das mulheres entrevistadas renunciou ao tempo com a família, enquanto um terço deixou de lado a vida social e o lazer. A maternidade e o desejo de ter filhos foram sacrificados por 24% das participantes, enquanto 14% abriram mão de relacionamentos afetivos e estabilidade financeira.

"O levantamento também aponta os principais motivos que levam mulheres a sair do emprego. O assédio moral ou sexual é o fator predominante, citado por 47% das entrevistadas, seguido por um ambiente de trabalho tóxico (39%) e a falta de oportunidades de crescimento (26%)."

O preço do sucesso: mães x mulheres sem filhos

    O impacto do trabalho na vida das mulheres varia de acordo com sua realidade pessoal. Entre as mães, 65% abriram mão de momentos em família para priorizar a carreira. Já entre aquelas que não têm filhos, a saúde mental foi o aspecto mais afetado (61%), além dos relacionamentos afetivos (20%). No ambiente profissional, as barreiras são evidentes, 8 em cada 10 mulheres (83%) afirmam enfrentar obstáculos para crescer na carreira. Entre as líderes de alto escalão — como CEOs, presidentes e sócias —, 48% relataram dificuldades significativas.

    Além disso, a percepção de desigualdade ainda é forte, 71% das mulheres sentem que seu trabalho não é tão reconhecido quanto o dos homens. Destas, 12% acreditam que precisam se esforçar muito mais para obter o mesmo reconhecimento, enquanto 24% apontam que os homens são promovidos mais rapidamente.

Ambiente de trabalho

    O levantamento também aponta os principais motivos que levam mulheres a sair do emprego. O assédio moral ou sexual é o fator predominante, citado por 47% das entrevistadas, seguido por um ambiente de trabalho tóxico (39%) e a falta de oportunidades de crescimento (26%). Além disso, 19% destacam a falta de flexibilidade no modelo de trabalho, um fator que pesa especialmente para mães e mulheres em cargos intermediários de liderança.

"A falta de políticas de suporte, como licença parental equilibrada e creche, foi mencionada por 16% das mulheres."

    A pesquisa revelou ainda que, para quase metade das mulheres (46%), equilibrar trabalho e vida pessoal é a maior prioridade. Esse fator aparece à frente de saúde mental e bem-estar (40%) e segurança financeira (39%).O desejo por mais equilíbrio é ainda mais forte entre mães (52%), mulheres entre 35 e 50 anos (50%) e aquelas em cargos de coordenação e gerência (51%). Já entre as mulheres mais jovens (18 a 35 anos), a preocupação com saúde e bem-estar lidera, com 42% das respostas.

    Para as mães, a sobrecarga mental é o principal desafio dentro das empresas, apontado por 50% das entrevistadas. Muitas também relatam sentir a pressão de provar que são tão dedicadas quanto colegas sem filhos (26%). Outros obstáculos incluem a jornada inflexível (23%), o preconceito velado (20%) e a dificuldade de acesso a cargos de liderança (18%). A falta de políticas de suporte, como licença parental equilibrada e creche, foi mencionada por 16% das mulheres.

    A pesquisa foi realizada entre 24 e 26 de fevereiro com 1.203 mulheres que trabalham em grandes empresas e multinacionais.

Para ler:

Para refletir:
Mulher no trabalho (Embrulha pra viagem)

Cansada de ouvir no ambiente de trabalho: falta de igualdade profissional.

Para ouvir:
Vida de empreguetes.

Essa mulher (Elis Regina)

Cícero Souza

Pesquisador 
Professor
Gestor Escolar (Governo do Estado de Pernambuco - SEE)
Mestre Ciências da Educação (Lisboa/PT)
Universidad Nacional de Rosario - UNR/ AR)
Doutor Ciências da Educação (Universidad Desarrollo Sustentable - UDS / Assunção - PAR)

domingo, 2 de março de 2025

É preciso ficar atento às doenças mais transmitidas durante o carnaval

 "Segundo o especialista, as ISTs lideram geralmente o ranking das doenças mais contraídas no Carnaval, pois há aumento da exposição a situações de risco, como sexo.." 

     Com a proximidade do carnaval e vários dias de festa por todos os cantos, os foliões não podem se descuidar da  saúde. Para aproveitar a folia sem dor de cabeça no futuro, é de suma importância se proteger contra diversas doenças, principalmente as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

    O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, destaca que as ISTs e algumas doenças transmitidas por contato interpessoal ou consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas são as mais comuns. “O carnaval é um período de maior socialização e atividade sexual, muitas vezes sem o uso adequado de preservativos, levando ao aumento das ISTs, como sífilis, que teve um aumento alarmante nos últimos anos; gonorreia, clamídia e micoplasma; herpes genital; HPV; HIV e monkeypox ou Mpox”, informa.

"há maior disseminação de vírus respiratórios e de contato também, incluindo covid-19; influenza; mononucleose infecciosa, causada pelo vírus Epstein Barr (conhecida como Doença do Beijo); e herpes labial..."

    Segundo o especialista, as ISTs lideram geralmente o ranking das doenças mais contraídas no Carnaval, pois há aumento da exposição a situações de risco, como sexo sem preservativo, múltiplos parceiros e consumo de álcool ou outras substâncias que reduzem a percepção de perigo. Além disso, muitas destas infecções podem ser assintomáticas nos primeiros dias, levando à transmissão contínua. “Para curtir o Carnaval com segurança e minimizar o risco de infecções, é fundamental adotar algumas medidas preventivas, como usar preservativo em todas as relações sexuais. Também vale considerar o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), para quem tem maior risco de exposição ao HIV, e da profilaxia pós-exposição (PEP), que pode ser usada até 72h após um contato desprotegido considerado de risco. Além disso, fazer testagem de ISTs antes e depois do Carnaval e se vacinar contra HPV e hepatites A e B. Tudo isso é disponibilizado no SUS”, explica Marcos Davi.

"...minimizar o risco de infecções, é fundamental adotar algumas medidas preventivas, como usar preservativo em todas as relações sexuais."

    Segundo dados epidemiológicos sobre a sífilis no Distrito Federal, de 2019 a 2023 foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 12.639 casos de sífilis adquirida, 4.966 casos de sífilis em gestantes e 1.604 casos de sífilis congênita, incluindo abortos e natimortos.

    Segundo o Sinan, atualizado em 22 de agosto de 2024, a taxa de sífilis adquirida sofreu aumento de 77,5% para 123,5% em 2023. A média de casos da doença em gestantes também teve aumento discreto – a taxa que era de 31,4%, foi para 31,9%, em 2023. Já a sífilis congênita variou de 6%, em 2019, para 10,7%, em 2022. Em 2023, registrou 8,5%. “Muitas ISTs podem ser assintomáticas no início, mas, ainda assim, são transmissíveis. Por isso é tão importante o uso de preservativos”, afirma Marcos Davi.

Outras doenças

    O infectologista destaca que com aglomerações em blocos e festas, há maior disseminação de vírus respiratórios e de contato também, incluindo covid-19; influenza; mononucleose infecciosa, causada pelo vírus Epstein Barr (conhecida como Doença do Beijo); e herpes labial. Já entre as doenças gastrointestinais e alimentares, o médico alerta para o aumento de casos de hepatite A e E (transmitidas por água e alimentos contaminados) e das intoxicações alimentares (por bactérias como Salmonella, E. coli, Staphylococcus aureus) e gastroenterites virais (norovírus). Fora isso, também é importante se proteger contra as arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, utilizando repelentes para combater. Marcos Davi ressalta que é importante evitar o compartilhamento de copos e garrafas, pois isso pode transmitir a mononucleose, a gripe e a herpes labial (simples). Ele alerta também para a lavagem das mãos com frequência, o uso de álcool em gel e dá a dica de evitar beijar várias pessoas em sequência, porque pode aumentar o risco de transmissão de vírus como gripe, covid-19 e herpes.

"Marcos Davi ressalta que é importante evitar o compartilhamento de copos e garrafas, pois isso pode transmitir a mononucleose, a gripe e a herpes labial (simples)."

    Segundo o médico, os sintomas das doenças mais comuns no período do Carnaval variam conforme o agente causador. Algumas se manifestam rapidamente, enquanto outras podem levar dias ou semanas para apresentar sinais.

Para leitura:

https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/02/7068581-e-preciso-ficar-atento-as-doencas-mais-transmitidas-durante-o-carnaval.html - 23/02/2025

Fonte: Ivete Sangalo | O Verão Bateu Em Minha Porta - Ao Vivo (Vídeo Oficial)


Para ouvir:

Fonte: Oh! Bela - Claudionor Germano (Capiba)

Leão do Norte (Lenine)

Cícero Souza

Pesquisador 
Professor
Gestor Escolar (Governo do Estado de Pernambuco - SEE)
Mestre Ciências da Educação (Lisboa/PT)
Universidad Nacional de Rosario - UNR/ AR)
Doutor Ciências da Educação (Universidad Desarrollo Sustentable - UDS / Assunção - PAR)