"Fazer esta leitura foi reabrir o egoísmo existente por parte daqueles que já dispõem de todas as condições (mas querem sempre mais)."
(Google imagem)
" Peguemos toda nossas coisas e fumo pro meio da rua apreciar a demolição. Que tristeza que eu sentia cada tábua que caia".
(Adoniran Barbosa - Saudosa Maloca)
Recentemente concluí a leitura do livro "Becos da memória", escrito por sinal, superou todas as minhas expectativas. Inimaginável que uma obra gestada por volta da década de 1980 só tenha vindo ao público no ano de 2006 para então invadir milhares de academias (pelo Brasil e mundo afora), como também ocupando milhares de lares e corações.
Ler o "pequeno livro da escritora e negra Conceição Evaristo é mergulhar num determinado tempo da nossa história. É também, invadir os mais diversos campos científicos como da Antropologia, Sociologia ou mesmo Filosofia. É re (conhecer) as mazelas sociais e do próprio sistema. Fazer esta leitura foi reabrir o egoísmo existente por parte daqueles que já dispõem de todas as condições (mas querem sempre mais). Como também é ver o quanto os mais humildes são solidários, porém, sabem também expressar tamanho egoísmo como se assim tivessem tanto quanto aquele que "massacra".
A obra "Becos da memória" apresenta os mais variados personagens (que aos lermos a obra imaginamos reais e tão próximos) que aparecem e desaparecem como nossas vidas a cada fim de tarde. Na verdade a leitura desta obra provoca cada vez mais repensarmos o nosso papel neste mundo.
Também, aproveite e leia o artigo "Prédio-caixão: Por que tantos edifícios desabam no Grande Recife" (aqui)publicada no porta BBC News. Veja também as indicações de leitura e vídeos para ampliar conhecimentos.
"Mas há nas formas tão excessivamente carinhosas de cuidados para com os pets um perigo sempre iminente: a negação sobre sua natureza filogenética, suas marcas mais primitivas dos instintos, de tal forma que vestir uma roupinha, carregar-se de xuxinhas e penduricalhos, acabam por negar-lhes a sua própria essência que é própria de um animal..."
A presença dos animais em nossa forma de
criação é muito antiga e também muito importante. Esses velhos companheiros, animais de estimação,sempre nos despertaram muito fascínio, especialmente na infância,
de tal maneira que acabam por provocar uma transmissão de propriedades entre um
e o outro, uma metonímia de nós mesmos. Tal relação, assim, nos remete, por
comparação com o pequeno companheiro de quatro patinhas, à condição de nossa
pequenez durante a infância: eles não falam e nós também não falávamos; são
parte da família, possuem seu próprio lugarzinho, comunicam-se com os membros
do grupo núcleo... prestam-se, então, a um duplo do humano em seu processo de
aprendizagem no caminho de amar e ser amado.
"Portanto, ter os pets por perto é sempre muito importante na prática para a socialização dos pequeninos, o que implica, para a segurança dos adultos diante das inquirições infantis – muito próprias e necessárias –, como sejam “por quê tem que ser assim?”, “...por quê é você quem manda e sou eu quem tem que obedecer?”."
Na referência, nos refletem na
necessidade de amar e ser amado, na visita ao veterinário em sua dependência
total do outro (humanos) em uma analogia do universo infantil. É assim,
inclusive, que podemos compreender o nascimento das fábulas, que dão voz e ação
aos animais, sempre nos deixando alguma mensagem de comportamento, de relações,
de vida no ensinamento às crianças. Aprender, então, vai se tornando uma
fantástica aventura diante de cada vez mais novos desafios que vão surgindo
para nos frustrar, nos madurecer, nos tornar sujeitos dos atos de nossa própria
vida. Apresentamo-nos, assim, como o patinho
feio que vai sendo rejeitado no grupo; a presa que precisa planejar a fuga
diante da ameaça do lobo-mau; a
eterna princesa em sua dispersa
vigilância contra a maçã envenenada e em sua eterna espera pelo príncipe
encantado, a certeza de uma vida para sempre feliz; uma árvore que fala, um coelho encantado, etc.
Como se percebe, os pets nos remetem a essa hibridização do animal com o
humano, da qual muito nos valemos, pais e tutores, para tratarmos sobre as
origens, as experiências, os valores sociais que sacramentam a cultura em cada
grupo social.
Portanto, ter os pets por perto é sempre muito importante na prática
para a socialização dos pequeninos, o que implica, para a segurança dos adultos
diante das inquirições infantis – muito próprias e necessárias –, como sejam
“por quê tem que ser assim?”, “...por quê é você quem manda e sou eu quem tem
que obedecer?”. Para escapar da “sinuca-de-bico”, os adultos, então, sob forma
de uma ação mental fantasmática, vão se embrenhando, e arrastando consigo a
criança, pelos labirintos do totem, dos mitos, expressões muito primevas da
autoridade instituída sobre os grupos sociais e, portanto, necessárias à
“organização” dos indivíduos.
E
na fantasia adulta, qual a diferença entre um pet e uma criança? Aahh, aí nos
blindamos, nós, adultos, da tirania
filial, aquela que algum dia poderá nos levar à Síndrome do Ninho Vazio:
além de nos remeter a todas as fantasias de nossa própria infância, um pet não
fala, não cresce e vai para a faculdade (assim, ínfimo o risco do abandono),
não responde agressivamente diante das imposições
paternas; enfim, não nos contraria como uma criança que vai crescendo e
transformando nossa gramática de amor. Os pets permanecem em sua posição
doméstica de serem amados pelo que eles são, naturalmente: pequenos seres que
deverão sempre estar sob nossa proteção, formas de amar que recapitulam em nós
as sensações de nossa primeiras (e tão saudosas) experiências amorosas.
"Assim, o animal tem que ser amado pelo que ele é, mas nunca como uma criança. Não deve ser amado conforme a imagem que queiramos lhe projetar ou sobre qual uso desejamos..."
Mas
há nas formas tão excessivamente carinhosas de cuidados para com os pets um
perigo sempre iminente: a negação sobre sua natureza filogenética, suas marcas
mais primitivas dos instintos, de tal forma que vestir uma roupinha, carregar-se de xuxinhas e penduricalhos, acabam por negar-lhes a sua própria
essência que é própria de um animal e que, por outro lado, nos leva a mais um
momento doloroso entre as neuroses humanas que é o momento da partida do pet, talvez, até, com a
necessidade de sacrificá-lo diante de um mal maior e irreversível e mesmo de
sua velhice muito mais precoce que a nossa. Isso nos faz pensar sobre a nossa
forma distinta de amar; sobre os pets, pode nos remeter sobre a ideia de que
somos parecidos (quando um latido, por exemplo, parece um sinal receptivo e bem
carinhoso...), mas efetivamente somos bem diferentes. O que sobra, aí,
remete-nos à nossa infância, às nossas fantasias, aos fantasmas do crescimento.
Assim, o animal tem que ser amado pelo que ele é, mas nunca como uma criança.
Não deve ser amado conforme a imagem que queiramos lhe projetar ou sobre qual
uso desejamos lhe dar, como recurso para tamponar
nossas faltas, nossa dificuldade de
amar, nossos desencantos, nossa solidão...afinal, os pets não
decepcionam!
Para dançar:
Funk dos animais - acesso: 04/08/2024
Txutxucão mandou - (Xuxa) - acesso: 04/08/2024
Dançando com o Tuxutcão (Xuxa) - acesso: 04/08/2024
Historiador; ex-professor das redes pública e privada; ex-Secretário de Educação municipal em SE; psicólogo clínico, especilista em Terapia Comportamental.
"Mas, também ao longo de todos estes anos ouvi filhos acreditarem (após partida daquela proteção) que poderiam ter sido melhores. Agora pouco vai adiantar tamanho lamento!"
2°domingo de agosto de 2024 e inegavelmente, quanta coisa aconteceu em datas assim? Ou como diz o cantador, "pode acontecer tudo, inclusive nada!"
Ao longo de tantos anos presenciei amigos e amigas verem seu protetores (as) partirem. Vi alguns os verem chegar e poucos ainda na esperança que voltem. Quantas vezes conversei com os PROTETORES (AS) que afirmavam tristes pela quase "ingratidão" de filhos (as) a toda uma história e presença pouco reconhecida. Mas, também ao longo de todos estes anos ouvi filhos acreditarem (após partida daquela proteção) que poderiam ter sido melhores. Agora pouco vai adiantar tamanho lamento!
Acredito muito na consciência do que estamos semeando. Deus (ou nossas divindades) nos oferece oportunidades únicas e que ao deixarmos passar nunca mais voltarão. Expressar e viver intensamente cada momento ao lado de seu protetor (a) ou chorar imaginando que "poderia ter feito diferente. "Este seria o "destino" dos filhos (as)?
Por sua vez, aos protetores (as), caberá assumir seu papel na construção de um alicerce moral junto aos "protegidos" diante mundo tão avassalador.
"Que seja realmente um momento de avaliarmos nossas posturas diante nossos pais (avós, mães, tios, irmãos ou padrasto e madrastas) aqueles se doam e assumem papel crucial na nossa formação."
2° domingo de agosto pode sim até ser uma "data comercial" mas, podemos sim aproveitar para fazer representação de uma "data reflexiva".
Como?
Que seja realmente um momento de avaliarmos nossas posturas diante nossos pais (avós, mães, tios, irmãos ou padrasto e madrastas) aqueles se doam e assumem papel crucial na nossa formação. Que hoje, você se liberte e diga com todas as palavras que os ama. Também, que diariamente os faça sentir esse amor simplesmente seguindo lições recebidas. Abrace, beije, dialogue "bobagens " ou mesmo chore aos ombros deles. Mas, se aquela "proteção" já partiu procure refletir e agradecer a Deus pela oportunidade que teve de partilhar cada momento e que tudo siga conforme a vida nos oferece e construímos caminhos.
Acredito que, todo 2° domingo de agosto é a oportunidade que temos de fazer o que " de repente " ainda não realizamos: de repetir incansavelmente gestos de amor (que já fazemos); de agradecer a Deus pelo que nos ofereceu e até mesmo por "recolher na hora certa". Mas, que está data seja sempre mais uma linda oportunidade de dizer a sua PROTEÇÃO - EU TE AMO!
"No Brasil, a projeção de faturamento, neste ano, é de R$ 76 bilhões, o que representa um crescimento de 11% em relação a 2023, segundo dados da Abinpet e confirmado pelo Instituto Pet Brasil."
(Jornal Correio Braziliense - 08/07/2024)
Você já notou quando alguém deseja xingar outra pessoa quase sempre busca como referências (negativas) características de algum animal? Porém, quando também desejar trazer recordações de momento de paz procura a sonoridade também de algumas espécies de animais!
Pois bem, a verdade é que desde os tempos da conhecida Pré-história a relação seres humanos e animais se tornou uma parceria bastante importante. Se inicialmente o objetivo era a criação de pequenos animais e reprodução para o consumo de sua carne, em momento posterior, esta relação e domesticação de animais de médio porte passou a ser utilizada para apoio durante a caça e proteção aos seres humanos. Mas, passado agora milhares de anos a convivência entre homens e animais passou a ser cada vez mais próxima e cativante. Desta forma, parece difícil não encontrarmos hoje uma só pessoa que não tenha lá a sua história de uma convivência com algum tipo de animal (cachorro, gato, pássaros, sapos...). Você lembra de alguma história particular?
"Cada amanhecer que Deus nos proporciona é também a certeza que "existe um mundo sem maldade" e que podemos desfrutar por alguns momentos ao lado dos nossos pets."
Segundo estudos atuais, se fossemos montar um rankig da relação homem x animais teríamos: 47% das pessoas optariam por ter um cachorro em casa. Outros dos entrevistados afirmariam por ter gatos (23%) e cerca de 12% dos entrevistados escolheriam como pet qualquer espécie de aves. Ainda segundo alguns estudos a maioria das pessoas que optam por ter animal de estimação em seus lares acreditam que os bichanos trazem mais felicidade aos lares. E você o que pensa?
Pois bem! Para você que curte algum animalzinho de estimação é sempre importante acompanhar algumas dicas de especialistas que possam trazer mais conforto ao seu animal escolhido. Conhecer entidades de acolhimento (evitando abandono ou maus-tratos), buscar a ração mais adequada e respeitar as características de cada espécie são caminhos importantes. Afinal, para quem tem (ou já teve) um animal de estimação em casa sabe o quanto é gratificante vivenciar momentos especiais.
Assim, não são apenas nas animações, filmes nas músicas que os pets estão presentes. Cada amanhecer que Deus nos proporciona é também a certeza que "existe um mundo sem maldade" e que podemos desfrutar por alguns momentos ao lado dos nossos pets.